quinta-feira, 17 de setembro de 2009

HISTÓRIA DA VIDA REAL

Muitas vezes reclamamos por coisas tão pequenas e esquecemos que tem pessoas com problema MAIOR que o nosso e estão vencendo na vida.

" A sociedade acha que a pessoa com deficiência não é capaz "

“Mas quem tem amigos sabe, pois eles não me deixaram desistir", afirma primeiro juiz cego do país.

O juiz Ricardo Tadeu Marques da Fonseca nasceu prematuro - aos seis meses -, e teve paralisia cerebral, que provocou os problemas de visão. Foi alfabetizado em casa pela própria mãe, teve a colaboração de professores e colegas ao longo da vida.

Já como estagiário do Centro Acadêmico 11 de Agosto, o problema se agravou, Aos 23 anos, no terceiro ano do curso de Direito, na Universidade de São Paulo, perdeu totalmente a visão. Como ficou cego adulto, ele não aprendeu a ler em Braile. "Eu só continuei graças aos meus colegas, que gravavam os livros em fitas cassete para eu conseguir estudar. Essa amizade foi fundamental para toda a minha vida", conta.

A trajetória do juiz Ricardo Tadeu Marques da Fonseca, 50, seria comum para um estudante da mais importante universidade do país não fosse um desafio: no terceiro ano do curso, o então candidato a bacharel perdeu completamente a visão.

Desde então, galgou passos na carreira. Advogou de 1985 a 1987, foi assessor de um juiz de Campinas (interior paulista) até 1991 e, nesse meio tempo, em 1990, prestou concurso para juiz do Trabalho. Passou, mas foi desclassificado por ser cego.Não desistiu, conseguiu tornar-se procurador do Trabalho, aprovado em 6º lugar, entre cerca de 5.000 candidatos, no exame do Ministério Público do Trabalho. Também fez mestrado e doutorado, e hoje dá aulas em pós-graduação.Depois de 18 anos na carreira de procurador, e mais uma vez com o apoio dos colegas, foi nomeado à Justiça do Trabalho pelo Quinto Constitucional, Fonseca exerce a função desde agosto deste ano e, nesta quinta-feira recebeu a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a sua cerimônia de posse festiva.

Ele fala "Meu trabalho mudou, porque agora em vez de fazer ações, investigações, eu julgo. Mas a rotina continua a mesma, com ledores que me auxiliam. "A única adaptação necessária no escritório é esse programa para a conversão dos processos [em voz]", afirma."Estou muito feliz. Gosto muito de Curitiba. E estou muito honrado com a visita do presidente Lula.

"Fonseca também considera que os jovens com dificuldades visuais de hoje terão muito mais condições de se tornarem juízes, justamente em razão do avanço da tecnologia. "Eles têm muita destreza com o computador. Na minha época não havia essas possibilidades.´

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